Autora: Roberta Freitas Chagas
Resumo: Este artigo é resultado de trabalho realizado no programa de pós- graduação em Metodologia em língua Inglesa e Portuguesa. O objetivo investigar a Formação continuada. Pratica e teoria; no cotidiano dos docentes e discentes em questão. Quais são os benefícios; o que agrega nesta construção significativa dos múltiplos saberes. A formação forma ou desinforma, seus docentes. Qual o papel da teoria e da pratica. Os resultados mostrados através dos discentes mostram uma realidade, onde a formação esta sendo ineficaz. No entanto, a caminhada é longa , e os resultados virão a medida que, os docentes entenderem que a formação colabora para essa práxis. Assim, sendo fortalecidos os saberes.
Palavras chave: Formação continuada, Professores, Teoria e Pratica.
- INTRODUÇÃO
A formação continuada dos professores, dos anos finais do Ensino Fundamental, tem sido, proposta de debate e reflexão em muitos grupos de estudo, inclusive dentro do próprio estabelecimento escolar. Assim, buscando uma síntese das diferentes concepções de ensino, buscando refletir mais sobre praticas, adequadas as necessidades atuais dos professores. Os docentes encontram muita resistência quando o assunto é formação continuada. Muitas são as problemáticas em cima desse tema. Questionamentos, que se tornam impertinentes na vida curricular docente. Compreendemos, a formação continuada segundo Nascimento(2008):
{…} toda e qualquer atividade de formação do professor que está atuando nos estabelecimentos de ensino, posterior a sua formação inicial, incluindo-se ai os diversos cursos de especialização e extensão oferecidos pelas instituições de ensino superior e toda atividade de formação pelos diferentes sistemas de ensino. ( p.70.)
É necessário entender, que a formação continuada, se faz importante afim de, aprimorar os conhecimentos e fortalecer os saberes. Se torna continuada, pelo fato de ampliar, a visão metodológica e pedagógica dos docentes, no amplo caminho do conhecimento. Diferenciando as praticas, usufruindo assim, de uma vasta teoria de ensino designada a docentes .
Romanowski e Martin (2010) o modelo de formação continuada compreendido como suprimento de algo que falta ao professor se consolidou já na década de 1940, quando mesmo com a criação da escolas normais, o numero de professores devidamente formados era insuficiente para atender as demandas das escolas. A formação continuada dos professores, acompanhou as tendências da pratica pedagógica como, escolanovismo, tecnicismo, perspectiva critica, teoria reprodutivista, e por fim, uma perspectiva de analise que tem como foco cotidiano escolar.
TEORIA E PRÁTICA
Muito se fala em práticas, porém, não existiriam sem a parte que cabe a teoria. Os saberes dos docentes, não são formados apenas de praticas diárias em sala de aula, mas, sendo nutridas pelas varias teorias da educação. É preciso nos fundamentarmos na teoria para nos beneficiarmos dos vários pontos de vista da ação contextualizada, adquirindo assim, perspectivas de julgamentos para compreender os diversos contextos cotidianos. Se faz necessário, essa interação dos saberes, uma vez que, gera desenvolvimento de uma pratica pedagógica autônoma e emancipatória.
Nem sempre, é fácil entender as diferentes formas de aprendizagem. Pois, existem diversos pensadores e teorias, cada uma defendendo sua tese. Vários pensadores, tentam explicar as praticas educativas. No entanto, sabemos que para o docente nem sempre se faz necessário tantas palestras, afim de estender essa formação continuada. Pois há quem diga, que a melhor e, mais eficaz formação se tem em sala de aula, no cotidiano escolar. Na troca entre professor e aluno. Pensam ser tempo pedido ou horas complementares, não conseguem enxergar como um caminho de novos aprendizados e métodos funcionais. Neste mesmo sentido, podemos analisar o pensamento de Mark e Engels (1989,p.14) quando afirmam que : ‘’{…} os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras o que importa é transformá-la ‘’ (grifo do autor)
Com está afirmação, os pensadores chamam a atenção para os limites da teorização em si, a qual não retém condições suficientes de intervir no mundo. Essa relação teórica- pratica é recente, se considerarmos como marco para está analise a história da humanidade. Com isso, penso, ser vários os viés, de interpretação dos docentes. Não que tenhamos, ou recebamos uma ‘’receita pronta’’ elaborada para educar, e métodos específicos para transmitir os saberes recebidos no inicio desta caminhada.
A atividade teórica por si só, não leva a transformação da realidade, não se objetiva , e não se materializa , não sendo pois, práxis. Por outro lado, a pratica também não fala por si mesma, ou seja, teoria e pratica são indissociáveis como práxis . (PIMENTA, 2005) .
Neste mesmo sentido Freire(1996) complementa este pensamento, elegendo uma categoria fundamental para a efetiva realização da práxis , ou de uma nova práxis. Segundo o autor, a reflexão critica sobre a pratica, se torna uma exigência da relação teórica- pratica, sem a qual, a teoria pode tornar-se ‘’blábláblá’’ e a pratica ‘’ativismo’’. Ou seja, ambas caminham juntas, a teoria complementa a pratica, nesta construção do fortalecimento dos diversos saberes. Sendo assim, a práxis insere-se na atividade docente , enquanto uma pratica social comporta a seguinte observação de Schmied Kowarzid (1983, p.133)
Cada vez mais também, a pratica educacional é presa de praticas de socialização e obrigações sistêmicas ‘ naturalmente’ desenvolvidas de tal modo que os indivíduos em vez de serem formados como portadores autônimos da práxis social são determinados como portadores funcionais da relações sociais tomadas como dadas. Portanto a teoria, não pode se vincular diretamente de modo positivo e afirmativo a uma pratica de socialização anterior esclarecendo-a a cerca de sua base ética, para fornecer desta maneira ao educador possibilidades de uma orientação e realização consciente de sua pratica. Ela precisa em primeiro lugar revelar analiticamente de modo critico as contradições sociais, os momentos da alienação na práxis educacional e de socialização anteriores, para desta maneira criar a pré-condição teoricamente consciente para uma revolução pratica desta alienação.
Portanto, analisando está relação, podemos dizer que: formador, formando e conhecimento se faz mediante uma relação dialética, sendo está uma característica necessária a realização da práxis. Neste sentido Freire (1996,p.25) nos coloca que: ‘’{…}ensinar não é transferir conhecimentos , entendemos que todo ato de ensinar descontextualizado da práxis , não transforma, com isso, concordamos com o autor quando diz: ‘’quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende, ensina ao aprender’’
SABERES DOCENTES
No que se refere a formação continuada, uma das praticas mais frequentes tem sido a de realizar cursos de suplência e atualizações de conteúdos de ensino. E também muito frequentemente, palestras motivacionais . No entanto, tudo isso tem se mostrado pouco eficiente, como uma referência teórica- metodológica e instrumental, que possa proporcionar ao docente uma nova postura, e consequentemente, uma nova visão da pratica docente. Muitos são os questionamentos realizados pelos professores. Até que ponto, a formação muda a ação. Visto que os resultados continuam os mesmos. Não há transformação na ação educacional desses agentes dos saberes. As praticas e métodos continuam os mesmos. A fala ainda é a mesma, pouca remuneração, horas a mais dedicados a trabalhos burocráticos, e mais formação. Seguido muitas vezes, em grande parte, depois de uma jornada de trabalho, quando o professor se encontra, demasiadamente esgotado. Pois além de todos esses afazeres, existe um ser humano, com necessidades básicas de sobrevivência, e para concluir, fazer seu plano de aula, para mais um dia.
No entanto, é necessário, que a formação, provoque no sujeito, uma inquietação em relação a sua pratica, uma vez, que isso acontece, inicia-se então, a transformação. Que começa de dentro para fora. O docente precisa sentir, essa necessidade de ‘mudar’, fazendo em si uma auto avaliação.(algo nem sempre fácil, ao sujeito critico). Toda vez que tivermos inquietações, a ação no cotidiano escolar será transformada.
Penso, que as formações, tem como objetivo, incentivar ao docente, um novo olhar, sobre a teoria, fortalecendo e transformando, assim, as praticas pedagógicas.
Não obstante, Pimenta (2005,,p.26) afirma que o saber docente, não é formado apenas da pratica, sendo também fortalecido nas teorias da educação. Dessa forma, a teoria tem importância fundamental na formação dos docentes, pois data os sujeitos de variados pontos de vista, para uma ação contextualizada, oferecendo perspectiva de analise para que os professores compreendam os diversos contextos vivenciados por eles.
{…} os saberes teóricos propositivos se articulam, pois os saberes da pratica ao mesmo tempo resinificando-se . o papel da teoria é oferecer aos professores perspectivas de analise para compreender aos contextos históricos, sociais, culturais e organizacionais, e de si mesmos, como profissionais, como nos quais, se dá sua vontade docente, para neles intervir, transformando-os. Dai é fundamental o permanente exercício da critica nas condições nos quais o ensino ocorre.
Obviamente, essas possibilidades evidenciam uma politica de formação, o que valoriza tanto professores, quanto suas escola, como capazes de pensar e articular os saberes científicos e pedagógicos, das transformações necessárias as praticas escolares, bem como, a organização dos espaços de ensinar e aprender, comprometendo assim, o ensino de qualidade para crianças e jovens.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estamos vivenciando, inúmeros desafios, porém, fica ainda, sob o educandário a proposição de novas formas de produzir e distribuir o conhecimento , orientado para novas formas de compreender e atuar no mundo, o que, pressupõe o desenvolvimento humano e da pratica pedagógica, voltada a prática social . Entretanto, a formação de professores privilegiando a dimensão teórica mantem-se, distante da dimensão pratica. Ter um sujeito critico, reflexivo, atuando com autonomia da sua práxis . Assim, se faz necessária, a promoção de processo educacional critico que, superando a mera transmissão de conhecimento, permita a vivencia plena da unidade entre teoria e pratica pedagógica.
REFERÊNCIAS
CANDAU, Vera Maria.(org) magistério. Construção cotidiana. 6ed..Petropolis: Rio de Janeiro, vozes, 2008.
FREIRE Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a pratica educativa. Rio de janeiro. Paz e terra,1996.
PIMENTA, Selma Garrido. Formação de professores: saberes da docência e identidade do professor. Revista da faculdade de educação USP,c.n.1,p.72-78,jul/dez.1996.
PIMENTA, Selma Garrido, GHEDIN, Evandro (orgs) professor reflexivo no Brasil: Gênesi e critica de um conceito. 3.ed.São Paulo: cortez, 2005.
PORTO, Yeda da Silva. Formação continuada: a pratica pedagógica recorrente: In: MARIN, Alda Junqueira (org).Educação continuada: reflexões alternativas. Papirus 2000. (coleção magistério: formação e trabalho pedagógico)
NOVOA, Antônio. Concepções e praticas da formação continuada de professores :In: Nóvoa A.(orgs) Formação continuada de professores: realidade e perspectivas. Portugal. Universidade de Aveiro;1991.
ROMANOWSKI, Joana Paulin, MARTINS, Pura Lucia Oliver. Formação continuada: contribuições para o desenvolvimento profissional dos professores. Revista e dialogo Educacional. Curitiba, v.10,n.30,p.285-300,mai/ago.2010.
SCHMIED-KOWARZIK, Wolfdiestrich. Pedagogia dialética: de Aristóteles a Paulo Freire. Trad. Wolfgong Leo Mar. São Paulo.Brasiliense,1983.